1. O QUE É O DÍZIMO?
Antes de mais nada, dízimo não é esmola, ofertório ou coleta.
Oferecer com espontaneidade, com alegria e regularmente, todos os meses, é dar
o maior testemunho de nossa fé e de nossa gratidão. Isso porque manifestamos, por esse gesto, a certeza de que tudo o
que ganhamos e recebemos é por graça e amor do Senhor Nosso Pai. DEUS é a coisa
mais importante em nossas vidas, porque Ele nos dá a vida e nos mantém. Como
parte desse louvor, declaramos que devemos tudo a Ele; não somente os bens para
o sustento nosso e de nossas famílias, mas também a inteligência e a saúde para
assim continuar. O maior pecado, o pai de todos os pecados, é o orgulho que nos
leva a viver afastado de DEUS, não reconhecê-lo em nossos irmãos, achar-nos
auto-suficientes. Com a oferta
espontânea do Dízimo, combatemos a vanglória, justamente porque confessamos
que, sem a Divina Providência, não somos nada.
Nos planos de DEUS, o homem
e a mulher participam como seus aliados. Ele com todas as coisas do mundo e nós
com o trabalho. E porque esse trabalho só é possível graças aos dons gratuitos
de Deus, do fruto desse trabalho, ao final de cada mês, para retribuímos a Ele,
por justiça e como sinal de agradecimento devemos entregar um pouco do muito
que dele recebemos. E isto se chama dízimo. A palavra DÍZIMO quer dizer 10%, ou
dez de cada cem. Significa a entrega de 10% dos 100% que Deus nos dá. O DÍZIMO é a devolução, contribuição, ato
de amor e gesto de partilha. Nós não pagamos o Dízimo; nós devolvemos o
Dízimo, já que tudo o que somos e temos pertence a Deus.
DÍZIMO é uma íntima e
profunda relação entre a criatura e o Criador, pois Deus é o Criador de todas
as coisas e de todos. Se produzimos é porque Ele criou as condições. Hoje
quando se fala em Dízimo, antes da contribuição em dinheiro, devemos entender a
participação do cristão na comunidade. A entrega do dízimo será decorrência
desta participação. Quando devolvemos o
dízimo devemos fazê-lo como oração e agradecimento a Deus, no íntimo do nosso
coração, e não apenas depositar o envelope.
O Dízimo não pode ser o que
sobra, mas sim, a primeira coisa a ser paga, pois para Deus não podemos dar o
resto e sim as primícias, como diz a Bíblia no Gn 4,1-8 na passagem de Caim e
Abel. Antes de definir o quanto vamos devolver devemos pedir inspiração a Deus,
para fazermos justiça com a comunidade. Muitas pessoas ficam receosas de que
dando 10% irá faltar em sua casa e ficam mendigando migalhas que sobram para
Deus: Deus não precisa de nossas migalhas! Ele nos dá tanta coisa que se percebêssemos
ficaríamos assustados com tanto amor e misericórdia.
Aquele que tem pouco, dê pouco, mas aquele que tem muito não precisa ter
medo de dar muito. Conforme a Bíblia, ele vai receber de Deus a recompensa, não é que Deus
se deixa comprar. Mas quem dá de coração, mora no coração de Deus. Quem dá com
cálculos, recebe só calculado, no que ele mesmo deu; o Dízimo é assim. Uma
maneira de nos libertar do egoísmo, da cobiça, da escravidão às coisas
materiais, da solidão. Porque no Dízimo
expressamos o nosso compromisso com a comunidade a que pertencemos e assim
seremos mais participantes. Assim o Senhor nos diz: (Ml 3, 10-12) "Pagai Integralmente os Dízimos ao
tesouro do templo para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência,
diz o Senhor dos exércitos, e vereis se não vos abro os reservatórios dos Céus
e se não derramo a minha benção sobre vós muito além do necessário ...".
2. FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA
a)
"Honra ao Senhor com
teus bens, ..." (Pr 3,9-10);
b)
"A cada três anos tomarás o dízimo da tua colheita ..."(Dt 14, 28-29);
c)
"Todos os anos separarás o Dízimo ..." (Dt 14,22)
d)
Quem deve receber o dízimo? "Os
filhos de Levi,... têm por missão receber o Dízimo ..." (Hb 7,5)
e)
É o Dízimo uma obrigação? "Todos
os Dízimos da terra,.. são coisas consagradas ao Senhor" (Lv 27,30-34)
f)
A Deus não se engana: "Pode
um homem enganar a Deus? ..." (Ml 3,8-9)
g)
Dízimo é um desafio de fé: "Pagai
integralmente os dízimos..." (Ml 3,10)
h)
A palavra de Jesus: "Que te
parece, Simão? De quem os reis da terra cobram os impostos ou tributos?..."
(Mt 17,24-27).
3. DÍZIMO: ESPONTÂNEO E LIVRE: O Dízimo não foi inventado; ele nasceu
espontaneamente, como resposta do homem e da mulher à bondade e a misericórdia
de Deus. "Cada um que se dispõe a
oferecer o Dízimo o faça conforme suas posses e de acordo com seu coração"
(2 Cor 9,7).
4.
DÍZIMOS: Na Bíblia vemos que o
primeiro a dar o dízimo foi Abraão: Quando o apresentou ao sacerdote Melquisedeque. (Gn
14,20) e posteriormente foi instituído como lei ao povo. Apresentava-se o dízimo de tudo que era produzido na terra e nos
campos. Veja: Lv 27,30 e Dt 14,22. Atualmente também se deve dar o dízimo
não apenas dos rendimentos financeiros, mas de tudo. Por exemplo: do tempo. É preciso dar Voluntariamente ( Lv
23,38). Apesar de ser um mandamento para o povo, esta oferta deveria sair de
cada um como algo voluntário, dado com prazer e satisfação. Jamais como uma
obrigação. Vida Santa, uma condição (
Mt 5,23-24). A santidade deve fazer parte da vida, pois sem ela é impossível
manter-se em comunhão com o Pai, e se não houver intimidade com o Senhor, a
oferta será vã. Portanto, antes de ofertar é necessário consertar a vida,
purificar-se de todo os pecados. Uma
Gratidão. ( Sl 50,14-15) É uma forma de demonstrar-se gratos a Deus pela
grandessíssima misericórdia. “Oferece a Deus sacrifícios de ações de graça e
cumpre os teus votos para com o Altíssimo.”
5.ATRAVÉS DA
EXPERIÊNCIA DO DÍZIMO OS FIÉIS SERÃO ABENÇOADOS! (Ml 3,6-12)
a)
Para que haja
mantimento: Quando
há fidelidade nos dízimos, jamais faltará na casa do Senhor meios para que a
obra prossiga e muitos sejam alcançados pela palavra. Restaurados e
alimentados. É dever ainda da igreja estender as mãos aos necessitados do
reino, estes o Senhor diz que sempre hão de haver.
b)
Derramarei Bênçãos
sem Medidas: A
nossa visão inicial de tudo deve ser espiritual, esta é a visão que
verdadeiramente nos interessa. Neste caso, as bênçãos as quais o Senhor
refere-se provavelmente não são riquezas, como muitos tem prometido. Lembre-se
de Lucas 14,33.
c)
Vossa vide não será
estéril: Há
esta benção de prosperidade prometida aos fieis. Deve-se esperá-la, jamais
buscá-la. Pois há tempo para todas as coisas, e o Senhor conhece as
necessidades de cada um. A preocupação deve estar em conservar uma vida santa,
reta e justa diante de Deus.
d)
As Nações vos
chamarão de felizes: Como
é bom encontrar um servo fiel, sempre feliz, um rosto formoso que resplandece a
paz de Cristo, mesmo em meio às muitas lutas e dificuldades. São estes os fieis
do Senhor, que triunfam e voam como águias (Is 40,31) acima de todas as
dificuldades. Sedes fieis ao Senhor nos Dízimos e Ofertas e verão a sua glória.
6.AS
OFERENDAS E O "DÍZIMO"
Não se pode confundir o Dízimo dos Israelitas com o mencionado
em Gn 14,20 ou Gn 28,22, nem com o de outros povos, praticados em reconhecimento
por algum benefício recebido. Aquele, o Dízimo
dos Israelitas, é a entrega a uma parte da Tribo de Levi da parcela que lhe
coube como herança na Terra Prometida (Nm 18,20-24), já que
não recebeu uma parte da terra objeto da conquista a que teria direito. Também,
a outra parte da mesma tribo, a Casa de
Aarão, que também não tivera herança,
recebia em seu lugar outras oferendas
(Nm 18,1-19). Os levitas, assim
chamados os que recebiam o dízimo,
também o entregavam à Casa de Aarão
(Nm 18,25-29), ramo principal dos mesmos levitas.
Pode-se dizer que a Casa de Aarão detinha o sacerdócio pleno (Ex 28-29) e os demais levitas exerciam o
sacerdócio auxiliar, entregues à Casa de Aarão em lugar dos primogênitos (Nm
3-8, "os doados"). A Bíblia esclarece assim que o dízimo é uma das oferendas, e que ambas significam ou representam
a porção de herança da Terra Prometida devida à Tribo de Levi, (Nm 11-18)
separada para o exercício perene do sacerdócio:
a herança que lhes coube é o próprio Deus, significado no que Lhe é destinado
no sacrifício (Cf. Nm 18,20. 23-24.9).
Facilmente se percebe que
as oferendas, dentre elas o dízimo, não eram pagamento nem donativo
nem contribuição nem qualquer outro nome do que se dá gratuitamente, mas eram a herança da Tribo de Levi.
Também dízimo não se confunde com espórtula, esta significando as primícias que se entregava num cesto, como acima transcrito: são
coisas distintas, pois a primícia é outra forma de oferenda. Dessa maneira, em
vez de trabalharem a terra para a própria manutenção, trabalhariam "na
seara do Senhor", a serviço de Deus. Não lhes era um pagamento, mas um
direito advindo da eleição de que foram alvo: "separados" por Iahweh para o exercício do sacerdócio, centro gravitacional do Culto da Aliança (Ex 24,1-8).
Além das primícias e dízimos muitas eram as oferendas
destinadas a Iahweh, tais como os primogênitos
das vacas e ovelhas (Ex 22,29), a oblação
(Lv 2), as vítimas (ou hóstias) dos sacrifícios (Lv 1-7; Nm 18), das quais algumas partes eram
entregues aos sacerdotes. Essas
oferendas não substituíam nem dispensavam o dever de cada um doar
espontaneamente ofertas para a construção do templo; para o santuário e para as
vestimentas para o sacerdócio (Ex 25,2...; 35,5...; 39,43); o siclo do
santuário, a que cada um, sem distinção de classe, estava obrigado (Ex
30,11-16; Mt 17,24); os dons voluntários ou votivos (Dt 12,11; Mc 12,41), etc.
Uma não dispensa a outra, pois cada uma tem uma destinação e um objetivo
adequado.
É São Paulo quem esclarece
com maior objetividade o sentido da manducação das oferendas, quando afirma:
"...os que comem as vítimas
consagradas não estão em comunhão com o
altar?" (1Cor 10,18). E
Jesus confirma tudo isso quando, referindo-se ao Altar, diz: "Cegos! Que é maior, a oferta ou o altar que
santifica a oferta?" (Mt 23,19).
Ora, desde a Aliança do
Sinai o sacrifício se torna o centro
gravitacional do culto israelita, tendo sido até mesmo concluída com a aspersão
de sangue no Altar e no Povo (Ex 24,4b-8). Nele as oferendas são "o pão do
teu Deus" (Lv 21,8), santificadas
no Altar, e "comendo-as",
entra-se em comunhão com Iahweh. Então, não é outro o sentido religioso das
oferendas, ou a sua teologia: Por meio delas, "comendo-as" num sacrifício, entra-se em comunhão com
Iahweh.